Era uma vez uma menina feliz que se
chamava Rita e vivia com os pais numa pequenina aldeia, nos arredores de uma
grande cidade, rodeada pela natureza.
Todos os dias, quando ia para a
escola, atravessava o rio através de uma velha ponte.
Um dia, um menino, chamado Artur,
caiu da ponte.
As chuvas, que caíam naquela
altura, haviam aumentado o caudal do rio e as águas corriam velozmente rio
abaixo, formando redemoinhos e levando tudo à sua passagem.
As pessoas juntavam-se, junto às
margens, temendo o pior. Artur era rapidamente levado pelas águas e ninguém se
atrevia a ir salvá-lo, pois o medo paralisara todos.
Foi então que Rita passou, à hora
do costume, assobiando a sua canção favorita.
Por um instante, os seus lábios
ficaram mudos.
Depois, foi tudo muito rápido.
Rita cortou um raminho, pedindo
primeiramente autorização à árvore mágica, e regressou ao rio, alguns metros
mais abaixo da ponte, com a esperança de estender o ramo ao menino para que
este o agarrasse.
Quando conseguiu chegar a Artur,
estendeu-lhe o ramo e… o menino, sem sequer lhe tocar, emergiu das águas como
por artes mágica.
As pessoas, boquiabertas, correram
até ao lugar onde estavam as crianças.
Era tão forte a luz que irradiava
do ramo que Rita tinha nas mãos, que todos se inclinaram perante o seu poder.
Desde então, Rita passou a gozar de
enorme fama por aquele valoroso ato de bondade e coragem.
Certo dia Artur apareceu na escola
e contou à menina feiticeira que, no país vizinho, havia um vulcão que cuspia
lava, arrasando tudo por onde passava com a sua corrosiva saliva.
Sem pestanejar, Rita partiu. Quando
chegou era já noite e o vulcão lançava chamas tão enormes que, mesmo a grande
distância, poderiam queimar.
O vulcão deixou de rugir.
– Porque fazes isto? – perguntou a
menina, de mau humor, estás a acabar com a vida à tua volta. Pára já de cuspir,
sua velha chaminé mal-educada, ou acabarás por ter um enfarte! E isso se antes
não chamuscares toda a gente!
– Sinto muito – respondeu o vulcão
com voz rouca. – Há duzentos anos que durmo e estou a ficar entorpecido.
Preciso de atividade, Não fico feliz com a situação, mas não o posso evitar, afinal
de contas, sou um vulcão, é a minha natureza.
Então Rita ergueu a varinha e
pronunciou as seguintes palavras:
– Pára, vulcão! Já a lava terminavas e em pudim a transformavas!
Subitamente, o ar tornou-se doce e do
vulcão escorreu pudim.
– Sabe a morango!
– E a caramelo!
– Obrigada, obrigada– todos diziam,
contentes…
E foi assim que o vulcão direcionou
a sua energia e atividade para todos tornar felizes.
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