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Nau Catrineta
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o príncipe Nabo.
O livro completo de Ilse Losa com ilustrações de Manuela Bacelar.
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Fada Oriana
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Auto da Barca do Inferno
Caraterização das personagens
O Fidalgo (Don
Arnrique)
Adereços
que o caracterizam:
-
pajem: desprezo pelos mais pobres
-
manto: vaidoso
-
cadeira: julgava-se importante e poderoso
Argumentos
de Defesa:
- Barca
do Inferno é desagradável
- tem
alguém na Terra a rezar por ele
- é
“fidalgo de solar” e por isso deve entrar na barca do Céu
- é
nobre e importante
Tipo:
-
nobreza
Argumentos
de acusação:
- ter
levado uma vida de prazeres, sem se importar com ninguém
- ter sido
tirano para com o povo
- ser
muito vaidoso
-
desprezava o povo
Referência
ao pai de Don Anrique porque:
- é uma
denuncia social, porque também o pai do Fidalgo já tinha entrado na Barca do
Inferno, isto é, toda a classe nobre tinha os mesmos pecados
A
movimentação dele em cena:
- 1º
foi á barca do Diabo que lhe explica para onde vai a barca e falando sempre em
tom de ironia
-
depois foi à barca do Paraíso para tentar a sua sorte, mas o Anjo acusa-o de
tirania e diz-lhe de q maneira nenhuma pode lá entrar
- o
Fidalgo volta para a Barca do Inferno e o Diabo explica-lhe todos os seus
pecados, fazendo com que ele fique muito triste e arrependido
Momentos
psicológicos da personagem:
- ao
princípio o Fidalgo está sereno e seguro que irá para o Paraíso
-
dirige-se à barca do Anjo, arrogante, e fica irritado porque ele não lhe
responde e mostra-se arrependido e desanimado por ter confiado no seu “Estado”
- no
fim dirige-se ao Diabo, mais humilde, pedindo-lhe que o deixe regressar à Terra
p ir ter com a amante
Crítica
de Gil Vicente nesta cena:
- os
nobres viviam como queriam (vida de luxúria)
-
pensavam que bastava rezar e ir à missa para ir para o Céu
Características
dadas às mulheres desse tempo:
-
mentirosas
-
infiéis
-
falsas
-
fingidas
-
hipócritas
Caracterização
do Fidalgo:
- nobre
(fidalgo de solar)
-
vaidoso
-
presunçoso do seu estado social
- o seu
longo manto e o criado que carrega a cadeira representam bem a sua vaidade e
ostentação
- a
forma como reage perante o Diabo e o Anjo revelam a sua arrogância ( de quem
está habituado a mandar e a ter tudo)
-
apresenta-se como alguém importante
-
despreza a barca do Diabo chamando-lhe “cortiço”
- a sua
conversa com o Diabo revela-nos q além da sua mulher tinha uma amante, mas q
ambas o enganavam pois a mulher quando ele morreu chorava mas era de felicidade
e a amante antes d ele morrer já estava c outro
- o
Fidalgo é, pois, uma personagem tipo q representa a nobreza, os seus vícios,
tirania, vaidade, arrogância e presunção
Desenlace:
-
Inferno
O
Onzeneiro (Usuário)
Símbolos
cénicos:
-
bolsão: representa o dinheiro
Tipo:
-
burguesia
“Oh!
Que má-hora venhais,/ onzeneiro, meu parente!”:
- o
Diabo revela, com este tratamento, que Onzeneiro tem semelhanças com ele, é como se fossem membros da mesma
família
- o
Diabo sempre o ajudou a fazer o mal, a enganar os outros
- agora
os papéis invertem-se: é a vez de o Onzeneiro ajudar o Diabo
Argumentos
de defesa:
- ter
morrido sem esperar
- não
ter tido tempo de “apanhar” mais dinheiro (esta queixa mostra que para esta
personagem o dinheiro era importante)
- jura
ter o bolsão vazio
-
precisa de ir à Terra para ir buscar mais dinheiro (para comprar o Paraíso)
Argumentos
de acusação:
- Anjo:
acusa-o de levar um bolsão cheio de dinheiro e o coração cheio de pecados,
cheio de amor pelo dinheiro
- ser
avarento
O
Onzeneiro é condenado pelo Anjo ao Inferno porque:
- leva
o coração cheio de pecados, cheio de amor pelo dinheiro e o bolsão representa
esse dinheiro
O
Onzeneiro interpreta a recusa do Anjo com:
- que
por não ter dinheiro não pode entrar no Paraíso
- ele
pensa q com o dinheiro pode comprar tudo e resolver tudo
A
vida do Onzeneiro:
-
avareza (só pensa em dinheiro)
Gil
Vicente dá esta pobre caracterização à vida da personagem porque:
- todas
as personagens são personagens tipo
- não
podem representar características pessoais
Desenlace:
-
Inferno
O
Parvo (Joanne)
Tipo:
- povo
(uma pessoa pobre de espírito)
Não
tem referência ao passado porque:
- não
agiu com maldade
- não
tem pecados
Símbolos
cénicos:
- não
traz porque os símbolos cénicos estão relacionados com a vida Terrena e os
pecados cometidos
- o
Parvo não tem qualquer tipo de pecados
Argumentos
de defesa:
- Anjo:
tudo o que fez foi sem maldade e é simples
O
Parvo não usa qualquer tipo de argumento para convencer o Anjo a deixá-lo
entrar no Paraíso porque:
- não
teve tempo de dizer nada, a sua entrada naquela barca foi autorizada de
imediato
- o
Anjo deixa-o entrar porque tudo o que fez foi sem maldade
“Quem
és tu? / Samica alguém”:
-
revela a sua simplicidade
- a
resposta está relacionada com o seu destino q é o Paraíso
Caracterização
desta personagem:
- não
traz símbolos cénicos com ele porque não tem qualquer tipo de pecados
- com
simplicidade, ingenuidade e graça, auto-caracterizasse ao Diabo como “tolo”
-
queixa-se de ter morrido
- as
suas atitudes ao longo da cena são descontraídas, o que irrita o Diabo que o
quer na sua barca
- o
Diabo é insultado por ele
- esses
insultos revelam a sua pobreza de espírito
- apresenta-se
ao Anjo com “Samica alguém” e este diz-lhe q entrará na sua barca, porque tudo
o que fez foi sem maldade
A
minha opinião sobre esta cena:
- tem
uma intenção lúdica: fazendo divertir quem está a assistir a esta peça
-
também tem uma intenção de crítica: dizendo q os parvos são pessoas pobres de
espírito e não têm intenção de fazer mal
- ajuda
muito na crítica e faz os cómicos
Desenlace:
- fica
no caís e entra com os Quatro Cavaleiros
O
Sapateiro (Joanatão)
Símbolos
Cénicos:
-
avental: simboliza a profissão
-
carregado se formas de sapatos: simbolizam a sua profissão e vem carregado
pelos seus pecados
Tipo:
- povo
(artesão)
Argumentos
de acusação:
-
roubava
-
enganava
-
religião mal praticada
Argumentos
de defesa: (práticas religiosas)
-
rezava e ia à missa (o fidalgo usou a mesma defesa)
- fazia
ofertas à igreja
-
confessava-se
- fez
todas as práticas religiosas
Crítica
feita por Gil Vicente a todas as rezas:
- forma
superficial de como os católicos praticavam a religião
-
julgavam que as rezas, missas, comunhões, tinham mais valor que praticar o bem
Desenlace:
-
Inferno
O
Frade (Frei Babriel)
Símbolos
cénicos:
- hábito de frade - escudo - capacete - espada - moça (Florença) |
Equipamento de esgrima |
Críticas
com esses símbolos:
-
desajuste entre a vida religiosa e a vida que ele levava ( vida mundana)
- os
símbolos representavam a vida de prazeres que ele levava, o que o afastava do
seu dever à crítica religiosa
Tipo:
- clero
(mundano)
Argumentos
de Acusação:
- era
mundano
- não
respeitou os votos de castidade e de pobreza
O
Frade não nega as acusações feitas, pois:
- pensa
que o facto de ser Frade e o seu hábito o vão salvar dos seus pecados
Argumentos
de Defesa:
- ser
Frade
- rezou
muito
Apresenta-se
cm cortesão:
- o que
revela q ele frequentava a corte e os seus prazeres, era um frade mundano
“Gentil
padre mundanal”:
-
contradição: encontra-se na palavra “mundanal” e “gentil”
- o
Frade deveria ser uma pessoa dedicada à alma, ao espírito, mas é mundanal, vive
os prazeres do mundo, por isso existe aqui uma contradição
“Diabo-(...)
E não os punham lá grosa / no vosso convento santo?
Frade-
E eles faziam outro tanto!” revela que:
- havia
uma quebra de votos de castidade ao hábito comum entre eles
- esta
afirmação alarga a crítica a toda a classe social, pois o Frade é uma
personagem tipo, representando toda uma classe social
Uso
do facto de ser Frade naquele tempo:
-
pretende mostrar que o clero se mostrava superior
-
poderia fazer o que quisesse sem ser condenado
-
mal-estar na sociedade por serem cada vez mais frequentes os Frades ricos e
poderosos
O
Anjo recusa-se a falar com o Frade porque:
- tem
vergonha do seu réu
- não
tinha coragem de falar com alguém do clero com tantos pecados (repugnante)
Frade
aceita a sentença porque:
- viu
que o Anjo não quis falar com ele
-
porque não cumpriu as regras que deveria ter cumprido
- se o
Anjo se recusa a falar com ele é porque todos os seus pecados foram graves
Caracterização
do Frade:
-
auto-caracterizasse “cortesão” (frequentava a corte) o que entra em contradição
com a sua classe
- sabe
dançar tordilhão e esgrimir às qualidades típicas de um nobre
- é
alegre pois chega ao cais a cantar e a dançar
- tal
como os outros Frades não cumpriu o voto de castidade nem de pobreza, como se
comprovava com as suas palavras
- está
convencido que por ser membro da Igreja tem entrada direta no Paraíso
-
personagem tipo através da qual se critica o clero
Desenlace:
- Inferno
A
Alcoviteira (Brízida Vaz)
Símbolos
Cénicos:
-
seiscentos virgos postiços (hímenes das virgens)
- três
arcas de feitiços
- três
armários de mentir
- joias
de vestir
-
guarda-roupa
- casa
movediça
-
estrado de cortiça
- dois
coxins
(todos
estes símbolos representavam a sua atividade de alcoviteira ligada à
prostituição)
Tipo:
-
alcoviteira
Quando
o Diabo sabe que é Brízida Vaz que está no cais ele fica:
-
contente: sabe que ela tem muitos pecados e por isso é mais passageira para a
sua barca
-
surpreso / admirado : não esperava por ela tão cedo
- surpreendido
Com
o campo semântico da mentira ela revela que:
- é
hipócrita
- tenta
fazer-se de vítima perante o Diabo para convencê-lo do q lhe interessa
- hábil
mentirosa
Quando
o Diabo a convida a entrar ela:
- diz,
com alguma arrogância, que não entra sem o Fidalgo
Perante
o Anjo, Brízida Vaz usa outras táticas:
- a
sedução: muda o seu tom de voz tentando seduzir o Anjo
- usa
vocabulário de cariz religioso: para o Anjo ter pena dela
Quando
fala com o Anjo, ela usa um vocabulário de cariz religioso para:
- ele
ter pena dela
- a
deixar entrar na sua Barca
- a
achar uma boa pessoa
Argumentos
de Acusação:
- viveu
uma má vida (prostituição)
Argumentos
de defesa:
- diz
que já sofreu muito
- que
arranjou muitas “meninas” para elementos do clero
Caracterização
de Brízida Vaz:
-
chegando ao cais na barca do Inferno, recusa-se a entrar sem o Fidalgo,
provavelmente eram conhecidos
- diz
que não é a barca do Diabo q procura
- leva
vários elementos cénicos relacionados com a sua profissão de alcoviteira
- está
sempre confiante de que vai entrar na barca do Anjo
-
defende-se dizendo que sofreu muito, como ninguém, que arranjou muitas
“meninas” para elementos do clero e que está orgulhosa por ter arranjado “dono”
para todas as suas “meninas”
-
quando vai à barca do Anjo muda completamente a sua atitude, usando mais o
vocabulário de cariz religioso e tentando seduzir o Anjo e fazer-se de boa
pessoa
Desenlace:
-
Inferno
Judeu
(Semah Fará)
Símbolos
Cénicos:
- bode:
representa a sua religião
Tipo:
- Judeu
Logo
que chega ao cais o Judeu dirige-se para a barca do Inferno porque:
- sabe
que não será aceite na barca do Anjo, já que em vida nunca foi aceite nos
lugares dos Cristãos
- os
Judeus eram muito mal vistos na época e nem poderia admitir a hipótese de
entrar na barca do Anjo
Para
entrar na Barca do Inferno ele usa:
- o
dinheiro
Ele
usa o dinheiro porque:
- era
uma forma de mostrar que os Judeus tinham grande poder económico e que estavam
ligados ao dinheiro
O
Judeu recusa deixar o bode em terra porque:
- quer
ser reconhecido como Judeu
- não
recusa a sua religião
Argumentos
de acusação (o Parvo acusa-o de):
-
roubar a cabra
- ter
cometido várias ofensas à religião cristã e à igreja, comendo carne no dia de
jejum
- ser
Judeu
Em
termos de contexto histórico essa acusação:
-
revela que os Cristãos odiavam os Judeus
-
acusavam-nos de enriquecer à custa de roubos de Natureza diversa
-
acusavam-nos de ofender a religião católica, cometendo diversas profanações
Desenlace:
- fica
no cais (porque ninguém o quer)
O
Corregedor e O Procurador
Símbolos
Cénicos:
-
Corregedor: vara e processos
-
Procurador: livros jurídicos
Tipo:
-
Corregedor: Juiz corrupto
-
Procurador: Funcionário da Coroa corrupto
O
Diabo cumprimenta o Corregedor com “Oh amador de perdiz” porque:
- era
uma pessoa corrupta
- a
perdiz era um símbolo de corrupção
A forma
de como o Corregedor inicia diálogo com o Diabo aproxima-se da forma com o
Fidalgo também o fez
O
Corregedor usa muito o Latim porque:
- é uma
língua muito usada em direito
O
Diabo responde-lhe em Latim Macarrónico porque:
- era
para ridicularizar a linguagem utilizada na justiça
- para
mostrar que essa linguagem não servia de nada
-
poderiam sobre falar bem Latim mas não sabiam aplicar as leis
O Corregedor
pergunta “Há’ q-ui meirinho do mar?” porque:
- ele
estava habituado a ser servido
O
Corregedor pergunta se o poder do barqueiro infernal é maior do que o do
próprio Rei porque:
- ele
na Terra tinha um grande poder
- não
admitia que mandassem nele
Argumentos
de acusação do Procurador:
- não
tem tempo de se confessar
Argumentos
de acusação do Corregedor (o Diabo acusa-o de):
- ter
aceitado subornos (ser corrupto)
- ter
aceitado subornos até de Judeus (muito mal vistos naquele tipo)
-
confessou-se mas mentiu
Argumentos
de defesa do Corregedor:
- era a
sua mulher que aceitava os subornos
Acho
que o argumento usado de defesa do réu foi:
-
errado
- o
Diabo saberia de tudo
- ele
não deveria estar a mentir
- não
devia estar a acusar a sua mulher porque depois também ela era condenada
“Irês
ao lago dos danados / e verês os escrivães / coma estão tão prosperados” quer
dizer que:
- o
Corregedor, quando for para o Inferno, vai encontrar os seus colegas (Homens
ligados à justiça)
Gil
Vicente julgou em simultâneo o Corregedor e o Procurador porque:
- ambos
passavam informação
- ambos
faziam parte da justiça
(havia
cumplicidade entre a justiça e os assuntos do Rei, ambos eram corruptos)
A
confissão para eles:
- não
era importante: só se confessavam em situações de risco e não diziam a verdade
Quando
o Corregedor e o Procurador se aproximam do Anjo, ele:
- reage
mal
- fica
irritado
-
manda-lhes uma praga: atitude nada normal do Anjo
O
Parvo acusa-os de:
-
roubar coelhos e perdizes
-
profanar nos campanários: levavam a religião de uma forma superficial
Desenlace:
-
Inferno
No
Inferno o Corregedor dialoga com Brízida Vaz porque:
- já se
conheceriam da vida terrena
O
Enforcado
Símbolos
Cénicos:
-
baraço (corda que traz ao pescoço)
Tipo:
- povo
(criminoso condenado)
Argumentos
de defesa:
- ele
havia sido perdoado por Deus ao morrer enforcado
- já
tinha sofrido o castigo na prisão
-
Garcia Moniz tinha-lhe dito que se se enforcasse iria para o paraíso
Argumentos
de Acusação:
- o
crime que cometeu (ser criminoso)
- ser
ingénuo
Os Quatro Cavaleiros
Símbolos
Cénicos:
-
hábito da ordem de Cristo
-
espadas
Tipo:
-
cruzados
Argumentos
de Defesa:
- dizem
que morreram a lutar contra os mouros em nome de Cristo
Quando
chegam ao cais chegam a cantar. Essa cantiga mostra:
- aos
mortais que esta vida é uma passagem e que terão de passar sempre naquele cais
onde serão julgados
Os
destinatários desta mensagem são:
- os
mortais
- os
Homens pecadores
Nessa
cantiga está contida a moralidade da peça porque:
- fala
da transitoriedade da vida
- fala
da inevitabilidade do destino final
- fala
do destino final que está de acordo com aquilo que foi feito na vida Terrena
Os
cavaleiros não foram acusados pelo Diabo porque:
-
merecem entrar na barca do Anjo
-
morreram a lutar pela fé cristã, contra os infiéis, o que os livrou de todos os
pecados
- esta
cena revela a mentalidade medieval da apologia do espírito da cruzada
Desenlace:
- Barca do Anjo
Auto da Barca do Inferno
Personagens
Personagem |
Símbolos caracterizadores |
Argumentos de acusação |
Argumentos de defesa |
Movimentação Cénica e Motivo da condenação |
Tipos de cómico |
Registos de língua |
Recursos estilísticos |
FIDALGO
|
-
Pagem -
Cadeira - Rabo (cauda do manto) .
símbolos do poder, da riqueza e da vaidade; .
o Pagem serve como “prova judicial” para a
condenação e é um elemento que destaca a cate-goria social do Fidalgo. |
- Utilizados
pelo Diabo: . «Vejo-vos eu em feição pêra ir ao nosso cais» . Tu viveste a teu prazer» . «Segundo lá escolheste» - Utilizados
pelo Anjo: . «Não se embarca tirania
neste batel divinal» . «Pêra vossa fantasia mui
estreita é esta barca» .
«Não vindes vós de maneira pêra ir neste navio» .
«com fumosa senhoria, cuidando na tirania do pobre povo queixoso; e porque,
de generoso, desprezastes os pequenos, achar-vos-ês tanto menos quanto mais
fostes fumoso»
|
.
«Que leixo na outra vida quem reze sempre por mim» .
«pois parti tão sem aviso» .
«Sou fidalgo de solar, é bem que me recolhais.» .
«Pêra senhor de tal marca nom há aqui mais cortesia?»
|
- Entra,
dirige-se à barca do Diabo, depois vai à barca do Anjo e por fim regressa à
barca do Diabo, onde entra. . É
condenado devido à sua vaidade, tirania, desprezo pelos pequenos e por causa
da vida imoral que levava (infidelidade) |
- Cómico
de situação: .
«Pêra lá vai a senhora» -
Cómico de linguagem: .
«Que giricocins, salvanor» -
Cómico de carácter: .
«tornarei à outra vida ver minha dama querida que se quer matar por mi» .«Dá-me
licença, te peço, que vá ver minha mulher». |
- Linguagem
corrente: . «Isso bem certo o sei
eu.» - Linguagem
popular: «Par Deus, aviado estou!» - Linguagem
cuidada: «Porém, a que terra passais?» |
- Eufemismo: . «vai para a ilha perdida» - Ironia;
.
«ò poderoso dom Amrique» .
«Embarqu’a vossa doçura, que cá nos entederemos» - Antítese:
.«Segundo lá escolhestes,,
assi cá vos contentai» - Metáfora:
. «Oh! Que maré tão de
prata» . «Ó barca, como és
ardente!» |
ONZENEIRO |
-
Bolsão . símbolo
de avidez, de ganância, da ambição pela riqueza
|
- Utilizados
pelo Diabo: . «onzeneiro meu parente» . «Irás servir Satanás
porque sempre te ajudou» - Utilizados
pelo Anjo: . «Porque esse bolsão
tomará todo o navio» . «Não já no teu coração» . «Ó onzena, como és fea e
filha de maldição!» |
.
«Solamente pêra o barqueiro nom me leixaram nem tanto» .
«Juro a Deus que vai vazio!» .
«Lá me fica de ródão minha fazenda e alhea» |
-
Entra, dirige-se à barca do Diabo, depois vai à barca do Anjo e por fim regressa
à barca do Diabo, onde entra. .
É condenado porque cobrava juros muito altos e por ser demasiado ambicioso |
- Cómico
de carácter: . «Quero lá tornar ao mundo
e trarei o meu dinheiro» - Cómico
de linguagem: . «dá-me tanta borregada
como arrais lá no Barreiro» - Cómico
de situação: . «Dar-vos-ei tanta pancada com um remo, que
renegues!» |
- Linguagem
corrente . presente em todo o texto - Linguagem
popular: . «Pesar de São Pimen-tel,
nunca tanta pressa vi»
|
- Ironia: .
«Ora mui muito me espanto nom vos livrar o dinheiro» . «Oh! Que gentil recear» - Eufemismo: . «me deu Saturno
quebranto» .
«Pera a infernal comarca.»
-
Metáfora: . «onzeneiro meu parente» |
Personagem |
Símbolos caracterizadores |
Argumentos de acusação |
Argumentos de defesa |
Movimentação cénica e Motivo da condenação |
Tipos de cómico |
Registos de língua |
Recursos estilísticos |
Joane, o PARVO |
- Não há símbolos caracterizadores (o
que remete para a sua simplicidade) |
- Não há argumentos de acusação |
- Utilizados pelo Anjo: . «porque em todos teus fazeres per malícia nom erraste, tua simpreza
t’abaste pera gozar dos prazeres» (ou seja, era uma pessoa simples e sem
maldade) |
. Entra, dirige-se à barca do Diabo e
vai depois à barca do Anjo. Fica no cais, à espera que «venha alguém
merecedor de tal bem que deva entrar aqui» . Não é condenado pois é uma pessoa
simples e sem malícia |
- Cómico de linguagem: . sobretudo pelas asneiras e pelo vocabulário relacionado com
caprolalia.
- Cómico de
situação: . quando Joane insulta o Diabo - Cómico de carácter: . a maneira de ser de Joane provoca o riso («de pulo ou de vôo?» |
- Calão : .asneiras, coprolalia - Linguagem popular: .«Hou! Pesar de meu avô!» .«Antrecosto de
carrapato» - Linguagem corrente: . no diálogo com o Anjo |
- Eufemismo: . «Ao porto de Lúcifer» - Repetição: «Aguardai, aguardai, houlá!» - Expressões injuriosas: . «Barca do cornudo» . «filho da grande aleivosa»
|
SAPATEIRO |
-
Avental -
Formas .
símbolos da sua profissão, com a qual roubava o povo |
- Utilizados
pelo Diabo: . «E tu morreste
escomungado nom o quiseste dizer» . «calaste dous mil
enganos. . «Tu roubaste bem trint’anos
o povo com teu mister» . «Ouvir missa, então
roubar é caminho per’aqui» . «E os dinheiros mal
levados, que foi da satisfação?» - Utilizados
pelo Anjo: . «a carrega t’embraça» . «Essa barca que lá está
leva quem rouba na praça as almas embraçadas» . «Se tu viveras direito» |
.
«Os que morreram confessados, onde têm sua passagem?» .
«confessado e comungado» .
«Quantas missas eu ouvi, nom me hão elas de prestar .
«E as ofertas, que darão? E as horas de finados? .
«Isto uxiquer irá» .
«quatro forminhas cagadas que podem bem ir i chentadas num cantinho desse
leito
|
-
Entra, dirige-se à barca do Diabo, depois vai à barca do Anjo e por fim
regressa à barca do Diabo, onde entra. . É
condenado porque morreu excomungado, é mentiroso e roubou o povo durante
trinta anos com a sua profissão (daí a sua prática religiosa não lhe valer de
nada). |
- Cómico
de linguagem: .«e
da puta da barcagem» .«nem
à puta da badana» - Cómico
de carácter: «Mandaram-me vir assi…». |
- Gíria:
«cordovão», «badana», «forminhas» - Linguagem
popular: . «é esta boa traquitana» - Calão:
«puta», «cagadas» - Linguagem
corrente: . sobretudo na fala do Anjo |
- Ironia: . «Santo sapateiro honrado!» - Eufemismo:
. «lago dos danados» - Hipérbole:
«calaste dous mil enganos» - Jogo
de linguagem .
«que vá cozer o Inferno» - Antítese: .
«...comungado? E
tu morreste escomungado» - Metáfora: .
«almas embaraçadas» |
|
Personagem |
Símbolos caracterizadores |
Argumentos de acusação |
Argumentos de defesa |
Movimentação Cénica e Motivo da condenação |
Tipos de cómico |
Registos de língua |
Recursos estilísticos |
FRADE |
- Moça - Espada - Casco - Broquel [símbolos da sua dedicação às coisas
do mundo («padre munda-nal», «Frei
Capacete») e de não praticar do celibato («padre marido»)] - Hábito |
- Utilizados pelo Diabo: . «Pêra aquele fogo ardente que nom temestes vivendo» . «padre mundanal» . «padre marido» . «padre Frei Capacete» |
. «Som cortesão» . «E eles fazem outro tanto!» . «E est’hábito no me vale?» . «Um padre … tanto dado à virtude?» . «Nom ficou isso n’avença.» . «com tanto salmo rezado?» . «Sabê que fui da pessoa! Esta espada é roloa e este broquel Rolão» .«Padre que tal aprendia no Inferno há-de haver pingos?» . «minha reverença» |
- Entra, dirige-se à barca do Diabo,
depois vai à barca do Anjo e por fim regressa à barca do Diabo, onde entra. . É condenado porque se dedicava às coisas do mundo (esgrima, dança) e não praticava o celibato
(traz uma moça pela mão que «Por minha la tenho eu»). É significativo o facto
de o Anjo nem sequer lhe dirigir a palavra, o que revela o desprezo por esta
figura! |
- Cómico de situação e - Cómico de carácter: . quando entra em cena a cantar e a dançar (ainda por cima, com uma
moça pela mão!) e quando dá uma lição de esgrima - Cómico de linguagem: .«Furtaste o trinchão, frade?»
|
- Gíria: .«Deo gratias» «sus»,
«um fendente», «levada», «talho largo», «revés», «colher os pés» e «segunda guarda», etc. - Linguagem popular: «palha n’albarda», «Ah! nom praza a São Domingos»
|
- Ironia « Fezeste bem, que é fermosa!» «Devoto padre», «Dê…lição d’esgrima,
que é cousa boa!» «Que cousa tão preciosa!» - Eufemismo «fogo ardente» - Antítese «padre mundanal», «padre marido» - Comparação: «Tão bem guardado como a palha n’albarda» |
ALCOVITEIRA |
- Seiscentos virgos postiços - Três arcas de feitiços - Três almários de mentir - Cinco cofres de enlheos - Alguns furtos alheos (jóias e
guarda-roupa) - Moças
|
|
.«Eu sô ua martela tal, açoutes tenho
levados e tormentos soportados que ninguém me foi igual. Se fosse ò fogo
infernal, lá iria todo o mundo» .«a que criava as meninas para os
cónegos da Sé» .«E eu som apostolada, angelada e
martelada e fiz cousas mui divinas. Santa Úrsula nom con-verteo tantas
cachopas como eu: todas salvas pólo meu, que nenhua se perdeo (…) que todas
acharam dono (…) Nem ponto se me perdeo!» |
- Entra, dirige-se à barca do Diabo,
depois vai à barca do Anjo e por fim regressa à barca do Diabo, onde entra. . É condenado devido à vida que
levava: criava meninas para os cónegos da Sé e para a prostituição (e «todas
acharam dono»), mentindo e vivendo da exploração das raparigas (prostituição) |
- Cómico de linguagem: .«Cuidas que trago piolhos» - Cómico de situação e - Cómico de carácter (quando tenta seduzir o Anjo, com “palavrinhas doces” e quando, mesmo
depois de morta, se mostra preocupada com a sua aparência («pareço mal cá de
fora») |
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- Ironia «Que saboroso arrecear» - Eufemismo «fogo infernal» - Comparação «Santa Úrsula nom converteo tantas cachopas como eu» - Metáfora: «meu amor, minhas boninas, olho de perlinhas finas» |
Personagem |
Símbolos caracterizadores |
Argumentos de acusação |
Argumentos de defesa |
Movimentação Cénica e Motivo da condenação |
Tipos de cómico |
Registos de língua |
Recursos estilísticos |
PROCURADOR
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-
Entra, dirige-se à barca do Diabo, depois vai à barca do Anjo e por fim
regressa à barca do Diabo, onde entra. .
o Procurador é condenado porque fora conivente com o Procurador, sendo
«filhos da ciência» |
-
Cómico de linguagem: . uso do latim macarrónico -
Cómico de carácter: . o corregedor pretende,
neste julgamento, um oficial de justiça -
Cómico de situação:
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QUATRO CAVALEIROS |
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- Entram,
a cantar, e vão direitos à barca do Anjo, onde entram. -
Não são condenados. Vão para o Paraíso pois morreram a lutar por Cristo e
«quem morre em tal peleja merece paz eternal». |
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Texto narrativo: Manuel da Fonseca
O Largo
1. Logo na introdução (1º parágrafo) do conto "O Largo", extraído de O Fogo e as Cinzas, de Manuel da Fonseca, é enunciada a oposição temporal "Antigamente / Hoje" de que vai depender toda a construção da narrativa.
.Delimita no conto as partes correspondentes ao passado e ao presente.
2. O passado e o Largo surgem por evocação do narrador -"Antigamente, o
Largo era o centro do mundo".
.Caracteriza o Largo enquanto espaço social, económico, de comunicação, de
divertimento e de aprendizagem.
3. Hoje é apenas um cruzamento de estradas (...)"
3.1 O que provocou a mudança?
3.2 Explicita as transformações verificadas nas relações sociais e económicas.
3.3 O progresso que atingiu a Vila beneficiou grandemente as mulheres. Como se
modificou o seu quotidiano? Que direitos alcançaram?
3.4 A deslocação da vida do Largo para o outro lado da Vila implicou também uma
abertura, cada vez maior, à comunicação com o exterior.
.Explica como essa abertura influenciou quer as atitudes individuais, quer as
relações pessoais e sociais.
4. "As grandes faias ainda marginam o Largo como antigamente e, à sua
sombra, João Gadunha ainda teima em continuar a tradição. Mas nada é já como
era. "
4.1 Como tenta João Gadunha reviver e alimentar a tradição do Largo?
4.2 "Uma gargalhada acolhe as últimas palavras do Gadunha. "
.Interpreta o valor simbólico da gargalhada que, abruptamente, interrompe a
história do Gadunha.
4.3 Identifica o registo de língua dominante nas falas da personagem.
Justifica, assinalando exemplos.
5. Também o velho Ranito é protagonista do drama do largo.
5.1 Caracteriza o estado emocional de Ranito, apontando as causas que estão na
sua origem.
5.2 Explica como procura reter o passado.
5.3 Interpreta a forma como o Largo participa da sua dor.
6. Presentes ao longo de todo o conto, as faias são um elemento do espaço
físico que assume um importante valor simbólico.
.Interpreta essa simbologia, tendo em conta as palavras (verbos, adjectivos,
substantivos) associados a esse elemento.
7. Qual(is) o(s) sentimento(s) que dominam o narrador ao recordar o passado e o
Largo, possíveis tempo e lugar da sua infância? Justifica com base no texto.
8. "Ninguém já desconhece o que vai pelo mundo (...) O Largo que era de
todos, e onde apenas se sabia aquilo que a alguns interessava que se soubesse,
morreu. " /Ele já não pode ver que o largo é o mundo fora daquele círculo
de faias ressequidas. Esse vasto mundo onde qualquer coisa terrível e desejada
está acontecendo. "
8.1 Parece-te possível ver a mudança no Largo como o reflexo de uma mudança
mais ampla, mais total -a do mundo? Justifica, convenientemente, a tua opinião.
8.2 Observa a 2ª citação.
.Com base nos adjectivos "vasto, terrível e desejada" e na construção
verbal"está acontecendo", procura explicar o que sente o narrador em
relação ao presente e ao futuro.
9. Consideras adequado o título dado por Manuel da Fonseca a este conto?
Justifica.
9.1 Se fosses o seu autor, dar-lhe-ias um outro título? Escolhe-o e
justifica-o.
A
Harpa
Divide o conto em sequências e diz quais foram as razões que te levaram a ordená-las pela ordem que propuseste.
2. Relê a primeira sequência.
2.1. Caracteriza as três personagens que nos são aí apresentadas, distinguindo:
. Caraterização física e psicológica;
. Caraterização direta e indireta.
2.2. Clarifica a relação entre estas três personagens.
2.3. Localiza a ação no espaço0.
2.4. O diálogo ocupa uma parte significativa desta sequência.
2.4.1. Explicita as suas funções no contexto desta narrativa.
2.5. Para além do verbo dizer - objectivo -, o narrador utiliza outros verbos
introdutores do discurso mais expressivos.
2.5.1. Sublinha-os.
2.5.2. Substitui cada um deles por outros verbos de significado semelhante.
3. Lê, novamente, a segunda sequência.
3.1. Caracteriza as novas personagens aí apresentadas.
3.2. A descrição0 dos espaços em que se desenrola agora a acção vai-se fazendo
do exterior para o interior.
3.2.1. Assinala as passagens em que esses espaços são descritos.
3.2.2. Escolhe quatro adjectivos -que não apareçam no texto -que, na tua
opinião, melhor caracterizem a casa de Lena.
3.2.3. Sublinha, no texto, as expressões que justificam a tua escolha.
3.2.4. Os objectos expostos nas paredes bem como muitos outros que Luciano
observa na sala indiciam a passagem dos pais de Lena por um continente que não
é a Europa.
3.2.4.1. Identifica o continente referido.
3.2.5. Podemos afirmar que a casa de Lena é o reflexo do estado de espírito dos
seus pais.
3.2.5.1. Indica o acontecimento que terá estado na origem de toda a tristeza
que se vive naquela casa.
3.2.5.2. Relaciona esse acontecimento com os objectos que enchem a sala da casa
de Lena.
3.2.6. Explica o efeito que a casa de Lena tem sobre Luciano.
3.3. Na segunda sequência pode ler-se: " ...na ideia de Luciano, lá por
dentro, através de tenebrosos corredores, Lena, vestida de luto, errava,
aterrada, constantemente perseguida pelo severo olhar dos pais."
3.3.1. Assinala, nesta sequência, a passagem em que se mostra que esta imagem
de Luciano não corresponde à realidade.
3.4. O título do conto, que até aqui poderia parecer estranho, é, agora,
esclarecido.
3.4.1. Explica porquê.
3.4.2. Aventa algumas hipóteses sobre o papel que este instrumento musical terá
tido no passado desta família.
3.4.3. Comenta a atitude da mãe de Lena quando o pai vai buscar a caixa preta
onde estava guardada a harpa.
3.4.4. Explica em que medida os sons que o pai de Lena vai tirando da harpa são
um prolongamento dos seus próprios sentimentos.
3.5. No final da visita, a atitude de Luciano para com a família de Lena tinha
mudado.
3.5.1. Sublinha a passagem do texto que sugere essa mudança de atitude.
3.5.2. Explicita as razões que estarão na base dessa mudança.
4. Relê, agora, a terceira sequência.
4.1. Localiza a acção no tempo.
4.2. Contrariamente ao habitual, Luciano não aceita o desafio de Júlio para
jogar à malha ou ao berlinde.
4.2.1. Explica porquê.
4.2.2. Identifica os sentimentos que assaltam Júlio quando percebe o que está a
acontecer.
4.2.3. Comenta o significado da oferta que Luciano faz a Lena.
4.2.4. Interpreta o último parágrafo do conto.
O Largo
1. O título deste conto faz-nos pensar, desde logo, no privilégio
dado pelo narrador à natureza do espaço.
1.1 Como caracterizas o espaço físico e social deste conto?
1.2 Os espaços são alterados, ou mantêm-se uniformemente? Justifica.
2. Como sabes, não podemos pensar o espaço sem o correlacionarmos com o tempo.
2.1 Quais os momentos elucidativos da dicotomia passado/presente?
2.2 Que formas verbais e outras palavras reflectem esta ruptura?
2.3 Relaciona esta dicotomia com a do espaço. Que concluis?
3. Para poderes visualizar melhor a dialéctica entre o "antigamente"
e o "hoje" ao nível do espaço e do tempo, preenche o esquema seguinte
com os principais dados textuais.
Antigamente --------------Hoje
. Espaço
. Tempo
4. Já verificaste que neste conto há duas estruturas sociais diferentes no
tempo.
4.1 Que elemento veio modificar a primeira estrutura?
4.2 Como definirias o modo social de viver antes da vinda do comboio?
4.3 Que modificações se operaram após a sua vinda?
4.4 Por outro lado, o que é que permanece?
5. Dado que o comboio, pela sua natureza socioeconómica, se opõe, aqui, à
estrutura agrária da comunidade, que é que ele pode simbolizar?
6. A modernização da vida do Largo imposta pela técnica trouxe vantagens ou
desvantagens? Justifica.
7. "E alguma coisa está acontecendo na terra, alguma coisa de terrível e
desejado está acontecendo em toda a parte."'
7.1 Em face da resposta à pergunta 6., como interpretas os adjectivos
"terrível" e "desejado"?
7.2 Repara nesta frase final da citação: "...está acontecendo em toda a
parte." Achas que a problemática deste conto se circunscreve a uma região
específica ou poderá respeitar a todo o país? Justifica a tua opinião.
O Largo
I
II
«(...)
Manuel da Fonseca, numa prosa viva e plástica, preocupado com a pintura da
miséria e com as marés de descontentamento, mas também com o latejar múltiplo
dos burgos, em que a vida flui sob os mais diversos aspectos, e com a poesia
picaresca das infâncias e das adolescências ao ar livre (...)» explora
literariamente a realidade social da população alentejana.
Comenta a afirmação de Urbano Tavares Rodrigues, com base em elementos
retirados do conto.
O
Vagabundo na Esplanada
A surpresa, de mistura com um indefinido receio e o imediato desejo de mais acautelada perspectiva de observação, levava os transeuntes a afastarem-se de esguelha para os lados do passeio.
Pela clareira que se abria, o vagabundo, de mãos nos bolsos das calças, vinha,
despreocupadamente, avenida abaixo.
Cerca de cinquenta anos, atarracado, magro, tudo nele era limpo, mas velho e
cheio de remendos. Sobre a esburacada camisola interior, o casaco puído nos
cotovelos e demasiado grande, caía-lhe dos ombros em largas pregas, que
ondulavam atrás das costas ao ritmo lento da passada. Desfiadas nos joelhos,
muito curtas, as calças deixavam à mostra as canelas, nuas, finas de osso e
nervo, saídas como duas ripas dos sapatos cambados. Caído para a nuca, copa
achatada, aba às ondas, o chapéu semelhava uma auréola alvacenta.
Apesar de tudo isso, o rosto largo e anguloso do homem, de onde os olhos
azuis-claros irradiavam como que um sorriso de luminosa ironia e compreensivo
perdão, erguia-se, intacto e distante, numa serena dignidade.
Era assim, ao que se via, o seu natural comportamento de caminhar pela cidade.
Alheado, mas condescendente, seguia pelo centro do passeio com a distraída
segurança de um milionário que obviamente se está nas tintas para quem passa.
Não só por educação mas também pelos simples motivo de ter mais e melhor em que
pensar.
O que sucedia aos transeuntes. Os quais, incrédulos ao primeiro relance, se
desviavam, oblíquos, da deambulante causa do seu espanto. E à vista do que lhes
parecia um homem livre de sujeições, senhor de si próprio em quaisquer
circunstâncias e lugar, logo, por contraste, lhes ocorriam todos os problemas,
todos os compadrios, todas as obrigações que os enrodilhavam. E sempre
submersos de prepotências, sempre humilhados e sempre a fingir que nada disso
lhes acontecia.
Num instante, embora se desconhecessem, aliviava-os a unânime má vontade contra
quem tão vincadamente os afrontava em plena rua. Pronta, a vingança surgia.
Falavam dos sapatos cambados, do fato de remendos, do ridículo chapéu.
Consolava-os imaginar os frios, as chuvas e as fomes que o homem havia de
sofrer. No entanto alguém disse:
- Devia ser proibido que indivíduos destes andassem pela cidade.
E assim resmungando, se dispersavam, cada um às suas obrigações, aos seus
problemas.
Sem dar por tal, o homem seguia adiante.
Junto dos Restauradores, a esplanada atraiu-lhe a atenção. De cabeça inclinada
para trás, pálpebras baixas, catou pelos bolsos umas tantas moedas, que pôs na
palma da mão. Com o dedo esticado, separou-as, contando-as conscienciosamente.
Aguardou o sinal de passagem, e saiu da sombra dos prédios para o sol da tarde
quente de Verão. A meio da esplanada havia uma mesa livre. Com p à-vontade de
um frequentador habitual, o homem sentou-se.
Após acomodar-se o melhor que o feitio da cadeira de ferro consentia, tirou os
pés dos sapatos, espalmou-os contra a frescura do empedrado, sob o toldo. As
rugas abriram-lhe no rosto curtido pelas soalheiras um sorriso de bem-estar.
Mas o fato e os modos da sua chegada haviam despertado nos ocupantes da
esplanada, mulheres e homens, uma turbulência de expressões desaprovadoras. Ao
desassossego de semelhante atrevimento sucedera a indignação.
Ausente, o homem entregava-se ao prazer de refrescar os pés cansados, quando um
inesperado golpe de vento ergueu do chão a folha inteira de um jornal, e
enrolou-lha nas canelas. O homem apanhou-a, abriu-a. Estendeu as pernas, cruzou
um pé sobre o outro. Céptico, mas curioso, pôs-se a ler.
O facto, de si tão discreto, pareceu constituir a máxima ofensa para os
presentes. Franzidos, empertigaram-se, circunvagando os olhos, como se
gritassem: “Pois não há um empregado que venha expulsar daqui este tipo!” Nas
caras, descompostas pelo desorbitado melindre, havia o que quer que fosse de
recalcada, hedionda raiva contra o homem mal vestido e tranquilo, que lia o
jornal na esplanada.
Um rapaz aproximou-se. Casaco branco, bandeja sob o braço, muito senhor do seu
dever. Mas, ao reparar no rosto do homem, tartamudeou:
- Não pode…
E calou-se. O homem olhava-o com benevolência.
- Disse?
- É reservado o direito de admissão – tornou o rapaz, hesitando. – Está além
escrito.
Depois de ler o dístico, o homem, com a placidez de quem, por mera atracção, se
dispõe a aprender mais um dos confusos costumes da cidade, perguntou:
- Que direito vem a ser esse?
- Bem…-volveu o empregado. – A gerência não admite… Não podem vir aqui certas
pessoas.
- E é a mim que vem dizer isso?
O homem estava deveras surpreendido. Encolhendo os ombros, como quem se presta
a um sacrifício, deu uma mirada pelas caras dos circunstantes. O azul-claro dos
olhos embaciou-se-lhe.
- Talvez que a gerência tenha razão – concluiu ele, em tom baixo e magoado. –
Aqui para nós, também me não parecem lá grande coisa.
O empregado nem podia falar.
Conciliador, já a preparar-se para continuar a leitura do jornal, o homem
colocou as moedas sobre a mesa, e pediu, delicadamente:
- Traga-me uma cerveja fresca, se faz favor. E diga à gerência que os deixe
ficar. Por mim, não me importo.
Manuel da Fonseca, Tempo de Solidão
I
1. Delimita os momentos determinantes na acção.
1.1. Sintetiza o conteúdo de cada um deles.
1.2 Comenta o desfecho.
2. Identifica o espaço e o tempo em que a acção decorre.
2.1. Caracteriza o espaço físico e social.
3. Identifica as personagens do conto, agrupando-as segundo o papel que
desempenham na acção.
3.1. Faz o retrato físico e psicológico da personagem principal.
4. Caracteriza o estatuto do narrador.
5. Destaca um momento narrativo e um excerto descritivo.
6. Selecciona dois recursos estilísticos e explica-os.
II
Elabora uma reflexão sobre o tema deste conto de Manuel da Fonseca.
A
Torre da Má Hora
A
Torre da Má Hora
O conto que acabas de ler apresenta planos narrativos
perfeitamente articulados entre si.
I
Fixa a tua atenção no plano narrativo que se desenrola no «lancil
do largo».
1. Identifica as personagens que se encontram nesse espaço.
2. Classifica-as quanto ao relevo que lhes é atribuído.
3. Campanelo revela, desde o início, uma técnica especial de contar histórias.
3.1 Em que consiste essa técnica?
3.2 Tendo em conta a reacção dos ouvintes parece-te que Campanelo é um bom
contador de histórias? Justifica a tua opinião.
4. Que elementos do espaço físico são observáveis a partir do «lancil do
largo»?
5. Situa no tempo o episódio que se desenrola no largo.
6. O tempo e o espaço referidos têm influência nas reacções das crianças?
Justifica a tua opinião.
II
A partir deste plano narrativo que estivemos a observar, desencadeia-se um
outro de que o «menino do bibe preto» é o protagonista.
1. Delimita no texto:
-o momento de transição para esse outro plano da narrativa;
-o momento em que se retoma o plano inicial.
2. O encaixe desse segundo plano narrativo no anterior é feito através de uma
comparação.
21 Entre quem se estabelece a comparação?
2.2 Regista frases que, ao longo do texto, confirmem a tua resposta.
3. Comparando o espaço físico deste plano narrativo com o do anterior, será
mais correcto falar em diferença ou alargamento? Fundamenta a tua resposta.
4. Procura caracterizar o espaço social em que se integram as personagens
intervenientes.
5. Fixa a tua atenção no comportamento do «menino do bibe preto», nas suas
brincadeiras, nas suas distracções diárias e/ ou preferidas.
5.1 Como se revelam:
-o seu gosto pela descoberta;
-a sua atracção pelo desconhecido;
-a sua insatisfação permanente (de que ainda não tem decerto consciência).
5.2 Relê atentamente os elementos, por vezes dispersos, que o narrador te dá
sobre a família, as relações familiares as relações com os companheiros, os
traços característicos do «menino do bibe preto».
.Sublinha o que achares necessário, regista as tuas conclusões e por fim redige
um texto de apresentação do personagem.
6. Sugere adjectivos que poderias utilizar num texto de caracterização do avô
do «menino».
7 .Refere substantivos abstractos que exprimam os sentimentos do menino pelo
avô.
8. Caracteriza o narrador dos dois planos narrativos observados, quanto à
presença e à posição que assume.
III
Campanelo é o narrador de outra história
1. Quem são os intervenientes na narrativa de Campanelo?
2. A partir dos fragmentos que o texto apresenta, refere a acção dessa história
tal como Campanelo a contou.
3. «- Campanelo, onde é a Torre da Má Hora?!...
Sorrindo, o homem aponta ao acaso o largo, as ruas da vila, os campos.
- Sei lá... Em qualquer parte.»
Porque é que Campanelo sorri? Porque aponta ao acaso? Afinal onde fica a Torre
da Má Hora? O que é que ela representa?
Reflecte sobre estas e outras questões relacionadas com a história contada por
Campanelo e apresenta a tua sugestão sobre o significado simbólico da Torre da
Má Hora.
A
Torre da Má Hora
A - «Campanelo conta a história da Torre da Má Hora...»
1. Em que ambiente se passa esta acção de narrar?
2. Quem são as personagens que intervêm nesta sessão de contar histórias?
2.1 Que funções diferentes têm?
2.2 Distingue duas personagens bem individualizadas e uma colectiva,
caracterizando cada uma delas.
3. Que tipo de história é esta que se intitula «A Torre da Má Hora»?
3.1 Relaciona o tipo de história com o lugar da acção, os acontecimentos, as
personagens.
3.2 Qual é o significado simbólico da «Torre da Má Hora»?
B - «E vem-lhe à ideia [...] que a sua vida é tal qual...»
1. Aqui começa a desenrolar-se uma outra história.
1.1 Qual é a sua personagem principal?
1.2 Que novas personagens intervêm nesta história?
1.3 Qual consideras ser o momento culminante da sua ação?
1.4 Por que processo são trazidos ao conto os acontecimentos que constituem
esta história?
C - «E à voz de Campanelo [...] tudo isto se agitara nele.»
1. A história narrada da Torre da Má Hora e a história evocada do menino do
bibe preto têm pontos de contacto.
1.1 Pesquisa no conto momentos em que as duas histórias se cruzam.
1.2 Por que razão se identifica o «menino do bibe preto» com O «menino que ia,
pois, andando»?
1.3 Indica dois acontecimentos que se correspondem numa e noutra história.
1.3.1 Esclarece o seu significado comum.
D - «Debaixo das estrelas, sentado no lancil do largo, Campanelo conta a
história da...»
1 Quem conta a história de Campanelo que conta a história da Torre da Má Hora
que faz lembrar a história do menino do bibe preto?
1.1 É alguém que participa na acção?
1.2 Que grau de conhecimento tem do assunto do conto?
1.2.1 Conhece só os acontecimentos ou também os pensamentos?
1.2.2 Toma partido perante as situações?
E - «no lancil do largo, debaixo das estrelas, na noite quieta.»
1. O autor deste conto, Manuel da Fonseca, conhece bem o ambiente, das histórias
do livro de contos intitulado Aldeia Nova, a que este conto pertence.
1.1 Procura na biblioteca da tua escora informação sobre Manuel da Fonseca, investigando,
especificamente, a região de Portugal a que está intimamente ligado.
1.2 Procura no conto as marcas da presença dessa região.
«Atirou o braço com quanta força tinha.»
«Ai do Nora se avançasse um passo do sítio onde estava!» «se tocares no meu
neto [...] mato-te...»
«tu és como o teu avô: hás-de ir e voltar...»
Etiquetas: Texto narrativo: Manuel da
Fonseca
A
Torre da Má Hora
I
1. Um dos planos narrativos desenrola-se no «lancil do largo».
1.1. Identifica as personagens que se encontram nesse espaço.
1.2. Campanelo revela desde o início uma técnica especial de contar histórias.
Qual e para quê?
1.3. Que elementos do espaço físico são observáveis a partir do largo?
1.4. Situa no tempo o episódio que se desenrola no largo.
2. O encaixe do segundo plano no primeiro é feito através de um recurso
estilístico.
2.1. Identifica-o.
2.2. Entre quem se estabelece-se a comparação?
3. Campanelo é o narrador de outra história.
3.1. Quem são os intervenientes na narrativa de Campanelo?
4. Indica os narradores dos dois planos da narrativa.
II
1. Recria a história de "A Torre da Má Hora" dando-lhe o desenlace
que mais te agradar. Inicia a tua narrativa pela fórmula tradicional "Era
uma vez..."
A Torre da
Má Hora
1. O conto apresenta dois planos narrativos perfeitamente
articulados entre si. Indica o assunto de cada um deles.
2. Delimita no texto o momento de transição para o 2° plano da narrativa.
3. O encaixe da história secundária é feito através de uma comparação. Entre
quem se estabelece a comparação?
4. Identifica neste conto os diferentes narradores e narratários.
5. Campanelo é um contador de histórias por excelência. Retira do texto
expressões que revelem a sua técnica de grande comunicador e contador.
6. O "menino de bibe preto" é a personagem principal do 1° plano
narrativo. Faz a sua caracterização física, psicológica e social (directa e
indirecta).
7. Indica através de expressões do texto qual o espaço físico da narrativa
principal.
II
“Campanelo vê o rapazinho do bibe preto erguer-se com os olhos
rasos de água. Segue-lhe a mão estendida e ouve-lhe a voz esgarçada:
- Campanelo, onde é a Torre da Má Hora?!...
Sorrindo, Campanelo aponta ao acaso, o largo, as ruas da vila, os campos...
- Sei lá... em qualquer parte. Mas, olha, tu és como o teu avô: hás-de ir e
voltar da Torre da Má Hora.
E, no círculo das crianças, o rapazinho do bibe preto, de pé, era mais alto que
todos. Mais alto que Campanelo, sentado no lancil do largo, debaixo das
estrelas, na noite quieta.”
Manuel da Fonseca, “A Torre da Má Hora” in Aldeia Nova. 1942
1. Num pequeno texto cuidado, diga o que representa a Torre da Má Hora.
Etiquetas: Texto narrativo: Manuel da
Fonseca
12.1.07
A
Torre da Má Hora
I PARTE
1. Transcreve todas as palavras e expressões do texto que permitem situar a
acção no tempo e no espaço.
2. Campanelo narra uma história a uma assistência composta de crianças.
2.1. Indica as técnicas utilizadas por Campanelo para prender a atenção do seu
público, com exemplos do texto.
2.2. Lê em voz alta a primeira fala de Campanelo, respeitando a indicação
fornecida pelo narrador sobre a forma como as palavras foram ditas.
2.3. Que reacções provoca ele nos seus ouvintes?
3. Explica de que modo o tempo e o espaço terão influência nas reacções das
crianças.
4. No grupo de crianças, destaca-se uma personagem.
4.1. Como é ela identificada?
4.2. Que sentimento a domina durante a narração da história da "Torre da
Má Hora"?
II PARTE
5. Nesta parte, é interrompida a história de Campanelo para dar lugar à
revelação dos pensamentos do " rapazinho do bibe preto".
5.1. Indica o que deu origem a esta interrupção.
6. Ao longo desta parte, o rapaz recorda factos da sua vida que comprovam as
semelhanças entre si e o protagonista da história narrada por Campanelo.
6.1. Faz o levantamento das referidas semelhanças.
6.2. Caracteriza o rapazinho a partir do seu comportamento.
7. Há um episódio na vida do rapazinho que o marcou particularmente.
7.1. Reconta-o de uma forma resumida.
7.2. Explica por que razão este episódio foi importante para o rapaz.
III PARTE
8. "E à voz de Campanelo, que o leva à porta da Torre da Má Hora, tudo
isto se agitara nele."
8.1. A que se referem as palavras sublinhadas? Substitui-as por outras que
explicitem o seu sentido.
8.2. Identifica o tempo em que se encontra a forma verbal agitara e justifica a
sua utilização.
9. Campanelo decide alterar o final da história.
9.1. Na tua opinião, por que razão o terá feito?
9.2. Como reagiram os seus ouvintes? E o rapazinho do bibe preto?
10. À pergunta do rapazinho sobre o local onde fica a Torre da Má Hora,
Campanelo responde: "- Sei lá. ..Em qualquer parte. Mas, olha, tu és como
o teu avô: hás-de ir e voltar da Torre da Má Hora."
10.1. O que simbolizará a Torre da Má Hora? E que significado terá o "ir e
voltar da Torre da Má Hora"?
10.2. Que efeitos provocaram no rapaz as palavras de Campanelo?
10.3. No último parágrafo, o adjectivo alto está usado no sentido próprio ou no
sentido figurado? Justifica a tua resposta.
A
Torre da Má Hora
1. Divide o texto em sequências narrativas. Justifica a divisão
efectuada.
2. Identifica a personagem principal. Justifica.
3. O texto apresenta duas acções fechadas, desenvolvidas cronologicamente em
dois momentos diferentes.
3.1. Identifica essas duas acções.
3.2. Qual delas ocorre no momento considerado como o presente?
3.3. Qual o processo utilizado para organizar as duas acções?
4. Transcreve três expressões referentes ao tempo cronológico.
5. Refere três personagens secundárias.
6. Identifica duas personagens colectivas.
7. Explicita o sentido de «bibe preto» na caracterização do «menino»,
relativamente ao seu retrato psicológico e ao conjunto dos «meninos».
8. Indica o recurso estilístico presente na frase «Como o menino das falas do
Campanelo, ele era o que a sorte e a sua vontade queriam.» Explica o valor da
sua utilização.
9. Identifica o recurso expressivo presente na expressão «e a bofetada, e a
bofetada!». Refere a sua intenção.
10. Explica o valor da caracterização do «rapazinho do bibe preto» efectuada no
último parágrafo.
11. Classifica o narrador, quanto à sua presença e à sua posição. Justifica.
12. Apresenta a tua opinião sobre o significado do título do texto.
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