O alerta para a defesa do ambiente foi deixado.
Agora o papel é vosso, jovens!
Jorge Paiva licenciou-se em
Ciências Biológicas pela Universidade de Coimbra, e doutorou-se pelo
Departamento de Recursos Naturais e Medio Ambiente da Universidade de Vigo.
Foi investigador principal
no Departamento de Botânica da Universidade de Coimbra, onde também lecionou e onde
atualmente continua a fazer investigação, embora aposentado e foi também
Professor Convidado nas seguintes instituições:
·
Faculdade de Farmácia da Universidade de
Coimbra,
·
Departamento de Biologia da Universidade
de Aveiro,
·
Departamento de Biologia da Universidade
da Madeira,
·
Licenciatura de Arquitetura Paisagista
da Universidade Vasco da Gama de Coimbra,
·
Departamento de Engenharia do Ambiente
do Instituto Superior de Tecnologia de Viseu,
·
Departamento de Recursos Naturais e
Medio Ambiente da Universidade de Vigo (Espanha).
Enquanto bolseiro do agora
extinto Instituto Nacional de Investigação Científica, trabalhou durante três
anos nos Reais Jardins Botânicos de Kew (na periferia de Londres), considerados
dos mais antigos e prestigiados jardins botânicos do mundo. Trabalhou também na
Secção de História Natural do Museu Britânico.
O seu percurso pauta-se por uma enorme curiosidade em descobrir
o mundo através da botânica, tendo participado em inúmeras expedições um pouco
por todo o mundo
A sua primeira missão Botânica, em Moçambique, durou 7 meses,
durante os quais Jorge Paiva percorreu cerca de 30 000 km. No regresso, a
missão contava com cerca de 24 000 exemplares de plantas no seu espólio.
Desde então, não parou de percorrer mundo. Orgulha-se de já ter
estado em todos os continentes a recolher e a estudar plantas com a exceção da
Antártida.
Recentemente, em 2013, Jorge Paiva regressou às expedições servindo de guia
aos quatro documentários produzidos no âmbito do projeto “No Trilho dos
Naturalistas”.
Conta com mais de 500 publicações nas áreas do ambiente, da palinologia
(ramo da botânica que consiste no estudo do pólen e dos esporos) e da
fitotaxonomia.
Recebeu já diversas distinções pelo seu
trabalho académico e pelo seu empenho como defensor do Meio Ambiente.
O Jardim Botânico da
Universidade de Coimbra prestou-lhe homenagem, inaugurando a Sala da Cultura
Científica Jorge Paiva, tendo recebido ainda o Grande
Prémio Ciência Viva. Recebeu a Medalha de Prata da
(Organization for the
Phyto-Taxonomic Investigation of the Mediterranean Area) como o melhor trabalho
sobre Flora Mediterrânica publicado em 2003. Foi dele também o 1º Prémio da
Sociedade Portuguesa de Patologia Respiratória (1979) e o 1º Prémio Anual
SPAIC/UCB-STALLERGENES (1994).
É membro ativo de diversas Associações e Comissões de defesa do meio
ambiente, portuguesas e estrangeiras. O seu trabalho como divulgador e defensor
do Meio Ambiente foi assinalado com as seguintes distinções:
·
1993: Prémio Nacional da Quercus
(Associação Nacional de Conservação da Natureza),
·
2001, 2002: Menções Honrosas dos
respetivos Prémios Nacionais do Ambiente “Fernando Pereira” atribuídas pela
Confederação Nacional das Associações de Defesa do Ambiente,
·
2005: Prémio Carreira da Confederação
Nacional das Associações de Defesa do Ambiente,
·
2005: Prémio “Amigos do Prosepe” pelo
Prosepe (Projeto de Sensibilização da População Escolar).
Como reconhecimento do seu contributo de uma vida para a Botânica, diversos investigadores lhe têm também prestado homenagem, dedicando-lhe o nome de novas espécies de plantas. É o caso das seguintes espécies:
·
Hyacinthoides paivae: uma liliácea endémica da Península Ibérica, descoberta em 1996;
·
Argyreia paivae: uma planta trepadeira de Timor descoberta em 2011;
·
Dendroceros paivae: descoberta em 2012, trata-se de uma planta de São Tomé e Príncipe
semelhante a musgo;
·
Monotes paivae – planta originária de Angola descoberta em 2013.
Jorge Paiva é também autor de 140 nomes de espécies de plantas.
Fez parte da Comissão Editorial e Redatorial de várias revistas científicas
e colaborou com projetos em Moçambique, Malawi, Zimbabwe, Zâmbia e Botswana,
Quénia, Tanzânia e Uganda.
A sua paixão pela botânica transborda para outras áreas, que não estaremos
provavelmente habituados a ver associadas à ciência. Há alguns anos decidiu
reler Os Lusíadas e identificou as plantas que são referidas na
epopeia. Avançou na leitura de toda a obra poética de Camões, e com base nas
plantas que são referidas na obra poética e épica, consegue identificar os
poemas para os quais ainda existem dúvidas sobre se terá sido ou não Camões o
autor. Fez o mesmo trabalho de identificação de espécies de plantas com a
leitura da Bíblia e do Corão.
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