55 mil KM
“[…]
Percursos migratórios de dez nacionais de países terceiros para a promoção da
interculturalidade e da integração/inclusão de cidadãos migrantes e refugiados
nas comunidades locais […]”
Artigo retirado do Jornal de Notícias – dia 10 de novembro de 2021
Carne para
canhão
Por Rafael
Barbosa
Diretor-adjunto
São quatro entre milhares de
migrantes, a maioria curdos como eles, mas também afegãos, sírios, camaroneses
e congoleses. O catálogo habitual quando somos confrontados com uma crise de
refugiados. Gente que foge à guerra e à violência, à pobreza e à fome, e que
vive agora encurralada entre a brutalidade das tropas bielorrussas e o arame
farpado guardado pelos soldados e pela Polícia de choque polaca. Seres humanos
usados como arma de arremesso pelo regime de Lukashenko, em guerra com a União
Europeia. Mas também usados como carne para canhão pela retórica nacionalista e
xenófoba do atual regime polaco. Os poucos políticos da Oposição na Polónia que
se atrevem a lembrar que esta também é uma crise humanitária são rotulados como
“traidores” na Comunicação Social e nas redes sociais.
Já morreram pelo menos nove migrantes entre a Bielorrússia e a Polónia. Alguns na sequência de confrontos violentos com militares e polícias de ambos os lados da fronteira. Outros simplesmente gelados. Como testemunha um rapaz chegado da longínqua Somália e que viu morrer os seus dois irmãos na floresta. Gente que só estava à procura de uma vida melhor.
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